Aos olhos do público, até aos do mais leigo, a banca pública angolana não é um caso de sucesso. Este trabalho corrobora o entendimento comum confirmando que, apesar de terem produzido alguns resultados, os bancos estatais acumularam prejuízos consideráveis e foram, de um modo geral, menos eficientes do que os privados. É, portanto, pacífico dizer-se que a banca pública pode agregar valor, mas não na sua condição actual, isto é, a de uma banca certamente mais apta a lidar com o mundo, mas não necessariamente mais bem preparada para desempenhar eficientemente o seu papel de financiadora da economia real nacional.
Este estudo apresenta-se como uma contribuição para a necessária mudança de paradigma. Trata-se de um exercício académico motivado por uma constatação simples: nos últimos anos o Estado angolano afectou recursos financeiros imensos para um Sector Bancário Público (SBP) que, globalmente, teve um desempenho aquém das expectativas, não obstante o potencial do sector, evidenciado pelos excelentes resultados de vários concorrentes privados.
Sendo uma abordagem eminentemente financeira, as suas observações e conclusões assentaram essencialmente na análise dos registos contabilísticos dos bancos e avaliações comparativas com outras instituições locais e estrangeiras.
O trabalho apresenta constatações sobre a banca pública angolana e, partindo das mesmas, tece reflexões sobre possíveis eixos de melhoria para cada um dos três bancos públicos e para o SBP como um todo. Como tal, pode servir de base para a definição de políticas públicas susceptíveis de fortalecer o SBP e melhorar o seu desempenho, distanciando-o de práticas questionáveis de uma outra era.