Tradicionalmente, os projectos de infraestruturas públicas foram financiados com fundos públicos. Porém, vários factores resultaram, paulatinamente, numa redução do investimento público nas infraestruturas. Essa tendência dá-se num momento em que, nas economias desenvolvidas, uma parte significativa das infraestruturas existentes deve ser intervencionada e, nos países emergentes, a explosão demográfica revelou necessidades colossais no domínio das infraestruturas públicas.
Esse contexto exigiu soluções alternativas, sendo a mais óbvia o maior envolvimento financeiro do sector privado na infraestruturação do domínio colectivo. Esse quesito encerra desafios reais na medida em que, numa perspectiva financeira, a infraestrutura constitui uma classe de activos bastante distinta das tradicionais.
Assim, para atrair a participação dos investidores privados, condições específicas têm que ser criadas aos níveis institucional, legal e financeiro. Os vários riscos devem ser mitigáveis, e o retorno, por outro lado, suficientemente elevado para compensá-los. São esses factores que incentivarão os investidores privados a participar em projectos de infraestrutura pública. Este trabalho analisa os elementos fundamentais dessa participação, isto é, a sua estruturação assim como os meios e mecanismos utilizados para a financiar.